30 de abr. de 2010

Frágil - idade...

Confusões...
Descobertas...
Adolescência é poesia!
Em nenhuma outra idade somos crianças, adultos, jovens e velhos ao mesmo tempo.
Brincamos e fazemos birra como se tivéssemos sete anos.
Sofremos como se tivéssemos as preocupações de uma mãe de sete filhos, que tem que sustentar a casa com um salário mínimo por mês.
E o pior, achamos que temos a sabedoria dos idosos.
Mas somos intensos...
Sem vivência e sem experiência, decidimos que só aprenderemos errando.
Não ouvimos conselhos.
Nossos hormônios costumam gritar mais alto aos nosso ouvidos, pedindo vida, luta e transformação!
Gerações e gerações a fio, iguais nos anseios.
Diferentes apenas nos gostos musicais, na maneira de vestir, no corte de cabelo...
Há uma beleza incomensurável na insanidade adolescente que corre nas veias jovens.
Há ânsia por vida, por um mundo melhor!
Só os adultos que permanecem com algo de adolescente têm coragem de lutar por ideais e sonhos, que os adultos de verdade julgam "malucos".
Se Martin Luther King não tivesse sangue adolescente correndo nas veias não teria dito: "I have a dream" (eu tenho um sonho).
Se Renato Russo não tivesse a vitalidade adolescente pulando na alma, não teria cantado a plenos pulmões que "é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã".
Parece haver alguma morte secreta na transição adolescente-adulto, que a maioria sofre.
Morre a coragem de lutar pelos próprios sonhos.
Parece que a gente se conforma em virar gente grande e ter que viver só pro trabalho, só pro dinheiro.
O que nasce é um imenso comdismo, "o mundo é assim mesmo..."
Nasce aquela sensação de que a vida é uma imensa tarde de domingo.
E nós vamos morrendo aos pouquinhos, com a vida...
A verdade é que os adolescentes não crescem, decrescem.
O pior é que os adultos sentenciam: "Você é jovem, aproveite seu entusiasmo.
Quando você crescer, vai ver como eram inocentes seus ideais...".
Eles se sentem superiores por estarem acomodados, estáveis e "quase felizes" em suas vidas domingueiras.
E é aí que está o problema. A gente acredita neles, se convence de que o mundo não tem mais jeito, de que ninguém pode mudar nada. Nem a gente. E fica tudo por isso mesmo.
A parte feliz dessa história é que algumas pessoas acreditam mais em si mesmas e em seus sonhos do que em conselhos monótonos de gente grande.
Essa gente faz o mundo mais alegre, mais justo, e até um pouquinho mais humano.
Será um grande dia aquele em que as pessoas perceberem que os adolescentes dentro delas estão prontos para o renascimento, esperando apenas sonhos que os alimentem.
Elas descobrirão que esta adolescência, agora livre de inseguranças e exageros, é uma dádiva.
A vida é uma dádiva...
Absurdo é deixar que ela morra antes da gente.

Gabriela Fabris, Adamantina, SP

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