Os dois são figuras históricas da esquerda brasileira, ajudaram a fundar e estruturar o PT, mas, no primeiro turno, apoiaram a candidata do PV, Marina Silva. Agora, no segundo turno, adotaram caminhos opostos: o jurista Hélio Bicudo decidiu apoiar o candidato tucano à Presidência, José Serra, e o teólogo Leonardo Boff, a petista Dilma Rousseff.
As entrevistas são de Sérgio Roxo e publicadas pelo jornal O Globo, 20-10-2010.
Bicudo optou pelo PSDB porque teme que a permanência do partido comandado por Lula leve a uma “mexicanização da política brasileira”, piorando a corrupção que ele critica na atual gestão. Boff diz que corrupção faz parte da política, e que é inegável o sucesso da “ideia original” do Partido dos Trabalhadores — atender os marginalizados e excluídos. Num ponto, concordam o jurista e o teólogo que foi punido em 1984 pelo então cardeal Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, por sua defesa da Teologia da Libertação: o aborto e a religião não são temas para uma discussão entre candidatos a presidente.
Bicudo lembra que, para mudar a lei sobre aborto, só com uma nova Constituição, e que o Estado brasileiro é laico.
Boff, que defende a descriminalização do aborto, diz que o tema foi levantado pela oposição por falta de argumento. E teme que o fundamentalismo mostre uma “religião doente” que desagregue a sociedade brasileira.
Eis as entrevistas www
@joseanair
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