“Ando devagar por que já tive pressa”
Do dia 14 ao dia 23 de Janeiro de 2010 aconteceu na cidade de Joaçaba - SC, a Escola de Liturgia para Jovens, promovida pelas Pastorais da Juventude de Santa Catarina. Jovens de todos os cantos do estado, e a presença de um Hermano Paraguaio. A escola de liturgia tinha como proposta “Animar jovens a cultivarem uma mística celebrativa e inculturada na vida dos grupos e da comunidade, formando pessoas para o serviço litúrgico da Igreja; Levar a uma experiência de participação litúrgica como fonte de revigoramento da fé e do testemunho; Proporcionar o aprofundamento da liturgia na dimensão teológica, espiritual, ritual e pastoral; Capacitar para a animação da Celebração Dominical, bem como para os momentos de oração nos encontros formativos, seminários, reuniões... Buscar uma forma celebrativa orante, jovem e inculturada.”
E a todos estes objetivo foram alcançados com muitos méritos, oração, lagrimas e alegrias. Com a fortíssima colaboração dos assessores: Edina Cardoso (CAJU – GO); Pe Laudimiro Borges [Mirim] (MG); Ir Penha Carpanedo (SP); Euri Ferreira (SP). Assessores estes que marcaram a vida dos participantes, com a sua forma de viver e de agir. A (tia) Edina com seu jeito juvenil e amigável de ser. (seu) Mirim com as lindas historias, principalmente dos mártires, de são Felix do Araguaia da sua simplicidade. Irmã Penha com seu carinho, acolhida, simplicidade e seu sentimento maternal e paixão pelo oficio. Euri pelas lições de cantos, todo mundo saiu cantando.
Mas que ir à Missa, aprendemos que as celebrações litúrgicas são o ponto alto da espiritualidade das comunidades que vivem da eucaristia e da palavra. E que ambas possuem e devem possuir igual valor em nossas celebrações. Claro que muito que aprendemos e vivenciamos, pois fizemos o exercício de vivenciar separadamente cada momento das celebrações. Sabemos que não é assim nas comunidades, mas é necessário retornamos ao mistério. Confesso que para mim muitas coisas nas celebrações não faziam sentido, e hoje posso me declarar um apaixonado por liturgia.
Foram 10 dias de vivencia comunitária, e de belos momentos, povo organizado, juventude que nas palavras de Irmã Pena “que vive intensamente, dorme tarde, acorda cedo, estuda, conversa muito nos quartos e nos momentos de silenciar para fazer a leitura orante da Bíblia, silenciam para escutar o que a palavra tem a dizer.”
Os dias foram passando sem sequer nos darmos conta do momento que vivíamos. Nas palavras do padre Mirim “Estamos vivendo um momento profético. Jovens reunidos em plenas férias para estudar e vivenciar a Liturgia”. Realmente foi profético. Assim como proféticos foram as belas palavras que tivemos a honra de receber do Bispo Pedro Casaldáliga e o convite de vivermos o evangelho subversivo de Cristo e dos pobres.
Pontos fortes e marcantes não faltaram; As celebrações do oficio divino da juventude, aprender a cantar salmos; Pois, segundo Euri, “Quem fala canta”... Os momentos de estudos, as celebrações, a partilha dos trabalhos dos grupos ar, terra, água, fogo... A presença mais que significativa do Bispo de Chapecó Dom Manoel, carinhosamente chamado de “Dom” pois poucos os bispos tem o “Dom” de ficar 10 dias no meio de jovens em um curso como participante, lavar louça, passar pano no chão, dar muitas explicações, escutar a juventude...
O símbolo da missão é as sandálias... E nada mais lindo que a vivencia que fizemos involuntariamente de trocar as sandálias, ninguém ficou com suas sandálias e mesmo com o par igual. Um rito de aceitar o outro de inculturação juvenil.
A alegria da noite cultural, do quarto 07, do CIDDIMIREI, do argentino que vive no Paraguai, do passeio a treze Tilhas (do manifesto ao monumento as 5 famílias caboclas).
Foram experiências marcantes, que fizeram as lágrimas escorrer no final da escola, que deixou saudades. Mas a missão continua e é necessário seguir caminhando, como Jesus caminhava.
Os participantes sabem que é necessário voltar a fonte; às origens das celebrações, pois nestes mais de dois mil anos o rio foi ficando poluído, mas é necessário ir La na fonte.
Celebrar hoje já não é mais ir a missa, celebrar e fazer memória e viver o mistério da eucaristia e da palavra.
E como muito lembraram os assessores, nossa vida como a liturgia é feita e regida pelo tempo, é necessário viver este tempo, e nele compreender o mistério do cosmo e da presença do Deus vivo em nosso meio.
Por Marcos Tramontin e Rodrigo Szymanski - PJ Criciúma
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